Os dados são alarmantes e exigem atenção imediata: a violência no ambiente escolar no Brasil mais do que triplicou em apenas uma década. De acordo com levantamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), os registros de casos saltaram de 3,7 mil, em 2013, para 13,1 mil em 2023. Um crescimento que expõe não apenas a fragilidade das relações interpessoais no espaço educativo, mas também a ausência de políticas eficazes de prevenção e acolhimento.
A agressão física figura como a ocorrência mais comum, conforme dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Contudo, o problema é ainda mais profundo: além das lesões corporais, há relatos crescentes de automutilação, tentativas de suicídio e ataques psicológicos entre os estudantes — indicativos claros de um ambiente tóxico, marcado pela falta de suporte emocional e social.
O ambiente escolar, que deveria ser espaço de aprendizado, proteção e desenvolvimento, vem se tornando cenário de medo para milhares de crianças e adolescentes. A banalização da violência e a dificuldade em identificar sinais de sofrimento psicológico são agravantes que comprometem não apenas a formação acadêmica, mas a saúde mental e o futuro desses jovens.
É urgente que escolas, famílias, sociedade civil e governos construam, de forma integrada, ações de prevenção, com promoção de cultura de paz. Somente com diálogo aberto, educação para a convivência e investimento em programas de saúde mental será possível reverter essa curva ascendente de violência que ameaça toda uma geração.
A escola precisa voltar a ser, acima de tudo, um lugar seguro para sonhar e construir futuros — e isso depende do compromisso coletivo com a proteção e o cuidado com nossas crianças e adolescentes.