Editorial / Nem-nem
Pesquisa da segunda edição do Atlas da Juventude, lançada em junho deste ano, aponta que os efeitos da pandemia, que agravou ainda mais o quadro social brasileiro, atingiram especialmente os mais jovens. Houve crescimento considerável dos chamados jovens “nem-nem”, ou seja, daqueles que não estudam ou trabalham. De 10% da população, em 2020, saltou, em 2021, para 16%.
Dentre os jovens que não estão trabalhando, 60% não tiveram qualquer atividade remunerada neste período. Os 40% restantes obtiveram alguma renda na informalidade ou no trabalho autônomo.
A situação econômica deve explicar este aumento de jovens nesta situação, mas o que se vem notando é que tem uma geração bem dependente e entrando no mercado de trabalho bem tarde. Os fatores econômicos e burocráticos podem estar contribuindo para isso também.
O futuro destes jovens pode estar hoje na mira da informalidade e, o que é pior, sendo recrutados para a contravenção. Quanto mais jovens, mais interessante para o crime, principalmente o tráfico.
Isto coloca em xeque a necessidade urgente de uma boa educação com escolas em condições de dar um futuro melhor para estes jovens.