Engenheiro é absolvido da acusação de duplo feminicídio
Poços de Caldas, MG – O engenheiro de produção Rodrigo Alves Marotti, de 33 anos, foi sentenciado inocentado da acusação de duplo feminicídio, sendo condenado a 19 anos e 4 meses de reclusão pelo crime de incêndio com resultado de morte das vítimas Alessandra Vaz, ex-namorada do réu, e Daniela Mousinho, ambas com 47 anos na ocasião do crime. A sentença foi lida por volta da 0h desta quarta-feira (9) pela juíza Simone Lopes, no fórum de Nova Friburgo-RJ.
O resultado causou indignação e revolta aos familiares, amigos e pessoas que acompanhavam o processo desde outubro de 2019, quando Alessandra, artista plástica poços-caldense e a amiga Daniela foram queimadas vivas por Marotti, em um imóvel no distrito Mury, em Nova Friburgo.
Logo em seguida à leitura da sentença o Ministério Público e a defensoria se manifestaram alegando que irão recorrer da pena.
Entenda o caso
A artista plástica Alessandra e o engenheiro de produção namoraram por cerca de três anos e foram sócios em uma rede de lojas e fábrica de uma marca de roupas que pertencia à poços-caldense. O relacionamento terminou alguns meses antes do crime e os desentendimentos relacionados à sociedade se tornaram frequentes.
Na ocasião do crime, Alessandra estava à noite em casa, no condomínio Parque dos Alpes, no distrito de Mury, na companhia da amiga Daniela, quando o engenheiro invadiu o imóvel. Houve uma briga e a artista plástica chegou a ser ferida com golpes de tesoura. Para fugir das agressões, ela e Daniela se trancaram em um banheiro, mas Marotti ateou fogo na casa. Segundo a polícia, ele teria inclusive bloqueado a porta do banheiro com um colchão em chamas para impedir que elas escapassem. Depois, o engenheiro fugiu no carro da ex-namorada, acabando por se acidentar na fuga.
Para a polícia, vizinhos disseram ter ouvido as vítimas gritarem por socorro. Eles acionaram o Corpo de Bombeiros e, mesmo com a casa em chamas, conseguiram tirar as duas mulheres do imóvel. Ambas estavam com, praticamente, todo o corpo queimado e foram levadas em estado grave para o Hospital Municipal Raul Sertã. Posteriormente, Alessandra foi transferida para um hospital particular da cidade e Daniela para o Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, referência no tratamento de queimados, onde faleceu no dia seguinte ao crime. Alessandra seguiu internada em estado grave, falecendo dia 11 de outubro.
O acusado pelos assassinatos foi preso na manhã do dia 9 e, na delegacia, confessou ter ateado fogo na casa com as vítimas dentro. Na ocasião, ele alegou que foi à casa da ex-namorada para cobrar a parte que lhe cabia na sociedade, que discutiram e ele acabou “perdendo a cabeça”.
Alessandra e Daniela foram queimadas vivas em outubro de 2019 falecendo ambas em consequência dos ferimentos