“Sem a vacina, crianças ficam expostas a um vírus cada vez mais agressivo”, diz especialista
Belo Horizonte, MG – A vacinação infantil é segura, confiável e a medida mais importante para vencer a pandemia e reduzir a circulação do coronavírus na sociedade. A imunização é fundamental para conter a covid e também evitar casos graves e mortes entre os pequenos. Segundo especialista da Sociedade Mineira de Pediatria, a infectologista pediátrica e diretora de Comunicação Gabriela Araújo Costa, sem a vacina, as crianças ficam vulneráveis e mais expostas, já que o vírus sofre mutações e pode ficar mais agressivo.
De acordo com ela, que tem mais de 18 anos de profissão, não há motivos para desconfiar da eficácia ou temer a reação da vacina.
“Todas as vacinas podem ter algumas adversidades, isso é comum. Mas, tanto para covid, quanto para outras doenças, as reações graves são muito pequenas. A cada efeito grave teremos, em média, um milhão de crianças beneficiadas pela vacina. Não existe outro caminho para vencer a pandemia. Um novo isolamento seria insustentável a longo prazo. Portanto, o único caminho é uma cobertura mais ampla para conter a circulação e reduzir variantes”, diz.
De acordo com dados do Vacinômetro, atualizados nesta quarta-feira (9), 358.652 doses pediátricas já foram aplicadas em Minas, totalizando uma cobertura de 19,2% de crianças do público-alvo (entre 5 e 11 anos) com a primeira dose. O número pode ser maior, já que muitas prefeituras ainda não enviaram dados de vacinação para a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), incluindo a capital.
Não acredite em fake news
O secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, apela aos pais e responsáveis que levem os filhos para vacinar. Em vídeo publicado nas redes sociais, ele desmentiu afirmações falsas sobre a vacina e destacou os benefícios.
“A vacina é segura, tanto Pfizer quanto CoronaVac. O imunizante é a única saída para a pandemia. Temos muitas doses disponíveis e muitas crianças ainda não foram tomar. O site da Secretaria de Saúde está disponível, nossas redes sociais estão aí, acreditem em informações verdadeiras. Dizer que a vacina é experimental, dizer que existe mudança de DNA em quem toma vacina, é mentira. A verdade é que a vacina é eficaz para evitar casos graves e óbitos. Hoje, temos, sim, muitas crianças internando e várias também, infelizmente, indo a óbito. Portanto, não acredite em fake news, acredite em informação de verdade. Tome a vacina que é o jeito mais seguro e responsável para atravessar este momento e, de uma vez por todas, vencer a pandemia”, destacou.
Proteção coletiva
Ainda segundo Gabriela Araújo, caso a vacinação não alcance o número ideal de cobertura, é possível que haja um surto da doença entre crianças. E os danos podem ir de sequelas à morte.
“As crianças não vacinadas são mais vulneráveis a quadros mais graves. O vírus é adaptado. Ele quer sobreviver. E, para isso, fica procurando quem não está vacinado, que é onde ele consegue se replicar. E, a partir daí, surgem novas variantes mais agressivas podendo provocar internações, sequelas e até mesmo a morte”, explica.
Neste caso, a vacina protege de formas mais graves da doença, acrescenta a médica. “A vacina é uma proteção coletiva. Escolher vacinar o filho é proteger também toda a comunidade. Além de prover menos chance de transmissão, replicação e variantes mais agressivas. Os pais precisam pensar coletivamente para, assim, acabar com a pandemia”, diz.
Vacinação segura
Ainda para Gabriela Araújo, o problema da baixa adesão vacinal é provocado por informações falsas e sensacionalistas difundidas em redes sociais. “Os pais devem procurar fontes seguras, médicos que fazem acompanhamento de crianças e sites da grande mídia, de confiança. Mensagens sem fonte, ou com fonte única, não chancelada por organizações e de cunho sensacionalista, não devem ser levadas em consideração ou compartilhadas. Só assim, as fake news serão desmistificadas”.
“Ouço muitas pessoas falando que ouviram relatos de crianças que passaram mal ou que morreram com a vacina. Mas, quando pergunto se essas pessoas conhecem essas famílias ou essas vítimas, elas não sabem de onde vem a informação ou não conseguem explicar. Esse submundo dos aplicativos que disseminam informações sem certeza da veracidade tem prejudicado demais”, afirma.