Projeto “Feminino em Movimento” é realizado no CEU Itamaraty
Poços de Caldas, MG – O projeto Feminino em Movimento, sob responsabilidade de Dalmoni Lydijusse, Danielle Villas Bôas e Marcos Paulo Silva, é um dos destaques para as mulheres que procuram o Centro de Artes e Esporte Unificado (CEU), localizado no bairro Itamaraty V. Unindo conhecimento das artes plásticas, teatro e dança, o projeto é gratuito e vem sendo um grande sucesso. O projeto é gratuíto. Dalmoni conta que quando foi idealizado a proposta era levar para o público uma nova metodologia e um novo jeito de encontrar a arte. E assim, através de jogos expressivos, dinâmicas, danças e movimentos integrativos, o projeto nasceu com o objetivo criar um ambiente de apreciação estética e envolvimento sensorial com as inúmeras possibilidades de trabalho e experiências artísticas, sendo dedicado à proposição da arte como atitude expressiva e autoral. E também à investigação de como o gênero feminino é diverso no campo da criação artística. Dalmoni é conceituada artista prática, Daniele é especialista em biodança e Marcos Paulo trabalha com dança. A união destes três profissionais vem se tornando uma marca na cultura de Poços de Caldas e para as alunas que participam do projeto. “Para entrarmos no estado da arte e trabalhar, existe um roteiro para o corpo estar em outra sensibilidade e nosso propósito é criar este tipo de metodologia”, conta Dalmoni, Ela relatou algumas experiências que são repassadas através das aulas.
O projeto
Dalmoni conta que o projeto nasceu quase que ao acaso. Durante uma aula de pilates, ao levantar a perna, veio a ideia de criar o “Feminino em Movimento”. “Foi como um download, e estamos com este projeto aqui no CEU conhecendo as pessoas e suas histórias, seus sentimentos”, pontuou. O projeto acontece todas as quintas-feiras até o mês de junho, das 14h às 17h. Conta com apoio financeiro da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, em parceria com o Poços de Caldas Convention & Visitors Bureau, e produção do Arte Ziriguidum. “Trata de um projeto que entendemos como uma responsabilidade social e com objetivo de ser um lugar em que as pessoas vão para renovar suas energias e está sendo um ótimo desafio. Aproveito o espaço para convidar as pessoas a virem até o CEU ou se informarem mais no (35) 9 9194-3534, Espaço Arte Ziriguidum.
Mobilizando o corpo
“Quando a gente mobiliza o corpo, conseguimos trabalhar melhor vários fatores da arte, seja pintura, vídeo, escrita, imagem, desenho, existe alguma alteração. Já faz alguns meses que tenho feito dança e passei a entender que a arte que tenho produzido tem estado alterada, mesmo quando dou aulas”, conta ela. Dalmoni relata que tem dias que até dá vontade de cantar durante as aulas, mesmo sem ter feito aulas de canto. “É uma expressão natural humana”, relata ela.
“Nosso propósito é que as pessoas consigam durante esta prática que envolve várias etapas fazer avaliações individuais. Quando a pessoa chega na parte da pintura queremos saber como ela está, como se sente e o que ela entrega, o que ela elabora, o que ela revela. Depois disso, a gente senta, conversa, toma um cafezinho e por aí adiante”, disse Dalmoni, que relata ter ouvido coisas importantes e curiosas por parte das alunas. “Ouvi de determinada pessoa que o dia de aula tinha sido um descanso. Sempre após as aulas a gente conversa sobre os acontecimentos e neste pensar sobre o caminho que estamos tomando nos perguntamos sobre o tempo que deixamos para nós mesmos. Qual este tempo? Quanto tempo você tem para fazer alguma coisa que é só para seu gosto? Só para você estar consigo. Quando a pessoa diz “é um descanso”, entendemos como um tempo em que ela conseguiu se afastar da vida ordinária, do dia a dia, das preocupações e dos compromissos para ficar só consigo. Um encontro que vai se internalizando e é uma revelação muito curiosa. Outra aluna nos disse que passou a se amar muito há duas semanas. Achei isso muito bonito, já que foi uma coisa espontânea, ninguém tinha perguntado aquilo para a aluna. É um sentido de conexão em si e com alguns elementos que vão emergindo e que muitas vezes está em nós, mas a gente não acessa. Depois e durante esta aula, que eu chamo de encontro, existe alguma coisa no estado da gente que transforma”, disse Dalmoni. Ela conta que, juntamente com Daniele e Marcos, se surpreende positivamente com os resultados dos encontros. “É uma conquista pensar numa metodologia de colocar a pessoa em contato com ela. Enquanto está consigo, consegue reelaborar a vida, a maneira de vê-la, de resolvê-la, e como a gente vai se relacionando organicamente com a vida. Às vezes terminamos o dia muito bem e com uma certa energia, mas tem outros dias que você não vai terminar com esta mesma energia. Onde a gente encontra um lugar para renovar esta energia? Uma energia que é natural, humana, da saúde, é da arte, porque isso está totalmente integrado, não existe nada separado”, finaliza Dalmoni.
Paulo Vitor de Campos
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