Órfãos
A disputa eleitoral para presidente este ano mostra uma característica interessante. Grandes partidos políticos brasileiros não têm até o momento candidato a presidente com força para uma disputa com os dois principais oponentes que formam uma polarização difícil de ser dissolvida.
O problema maior está no PSDB, que tem candidato, mas não tem. Isso mesmo, o ex-governador de São Paulo João Dória é vencedor das prévias do partido, mas não conseguiu ainda se firmar como candidato tucano e muito menos como nome da chamada terceira via. A confusão mais recente no partido colocou Dória e Aécio Neves em pé de guerra contra o presidente da legenda, que sinalizou a possibilidade de apoiar o MDB e não lançar, pela primeira vez, candidato a presidente. O MDB também se encontra na mesma posição, tem uma candidata agendada, mas, como os tucanos, patina para tornar opção para um nome forte e quebrar o esquema partidário formado pelo ex-presidente Lula e Bolsonaro.
Estamos no meio de maio e o nome da terceira via ainda não vingou e corre o risco de nascer morto.
Os partidos que acreditam na tal terceira via estão órfãos até o momento. Muitos analistas acham que o problema não é o nome e sim viabilizar a ideia de um candidato que atenda aos eleitores que são contra Lula e Bolsonaro.
No outro lado, está o eleitor que ainda não decidiu por nenhuma via, o indeciso, que deve ser o fiel da balança e decidir a eleição. Este eleitor tem a característica de deixar a escolha para a última hora, ou seja, a melhor campanha pode ser definitiva.